quarta-feira, 9 de maio de 2007















Investigação sobre materiais:

Fibras Têxteis – São filamentos longos e resistentes que podem ser transformados através da fiação em fio contínuo.

 Origem
 Propriedades
 Características
 Tipos
 Aplicações



1ª Origem – As fibras têxteis podem-se dividir em fibras têxteis naturais e não naturais.



Fibras Têxteis

Naturais
Não naturais
• Origem Animal – Lã e Seda
• Origem Vegetal – Linho, Algodão, Juta
• Origem Mineral - Amianto
• Celulósicas
• Sintéticas





Classificação das fibras segundo a sua origem


Naturais
Vegetais
Caule Linho
Juta
Cânhamo
Folha Sisal
Palma
Semente Algodão
Sumaúma
Fruto Cairo
Coco
Animais Fibra de pêlo
Segregação glandular Lã
Seda
Minerais Metais
Vidro



Não Naturais Celulósicas Derivadas De acetato
De triacetato
Regeneradas De viscose


Sintéticas Poliolefinas Polipropileno
Polietileno
Poliuretano Elastano
Polivinílicas Acrílicas
Clorofibras
Poliamidas
Poliésteres









História – Linho

O linho era semeado em terras de regadio abundante ou húmidas, pois o linho é uma planta que tem que ter bastante humidade para se desenvolver e crescer convenientemente. A qualidade do linho depende do seu desenvolvimento, quanto mais ele for regado mais ele se desenvolve aumentando assim a sua qualidade.

Quando maduro era atado em molhos para ser conduzido à eira. Aí era ripado para lhe separar as sementes. Depois de separado das sementes, era novamente atado em molhos e lançado à água nos ribeiros e regatos, para apodrecimento da casca exterior. Ao fim de três semanas de molho, era retirado da água e estendido nas lameiras a secar ao sol. Depois era novamente conduzido à eira, para libertar os fios internos da casca exterior, à força de pancadas com o maço. Depois de maçado, o linho era espadado e sedado a fim de separar a estopa do linho. Depois a estopa e o linho eram fiados na roca e no fuso que mãos ágeis manobravam habilmente. Fiar a estopa era um trabalho difícil por ser uma fibra mais grosseira e áspera. Acabada a fiação, procedia-se ao arranjo das meadas com o auxilio do sarilho, onde se enrolava os fios das maçarocas, à medida que ele rodava.

Terminada esta tarefa, estendiam-se as meadas nas lameiras a corar, depois de coradas, metiam-se numa barrela, feita num grande cortiço, envolvidas em água quente e cinza. Tiradas da barrela, as meadas eram lavadas e estendidas novamente a corar. Depois de tecido o linho era novamente lavado e corado. Só depois de todos estes trabalhos, é que o tecido do linho ficava pronto para a confecção de lençóis, toalhas de rosto e de mesa, camisas, ceroulas, etc. Com a estopa procedia-se de igual modo e tinha quase a mesma utilização que o linho.







O Algodão

As sementes do algodoeiro são envolvidas por pêlos, que retirados do caroço, são limpos, lavados, secados à sombra, cardados e finalmente fiados. Esse fio tem boa elasticidade, resistência e é fácil de tingir.
Ele pode conter impurezas. O fio sem impurezas é mais caro, mas não deve ser desprezado. As irregularidades dão originalidade às peças produzidas.

Isto foi possível porque, há vários anos mais de uma centena de agricultores familiares se dedicam à produção de algodão com emprego de técnicas que conservam o solo, a biodiversidade e não utilizaram agrotoxicos. Esse esforço resultou na colheita de um algodão ecológico, livre de resíduos químicos prejudiciais à saúde.

Esse algodão vem sendo usado para produzir fios artesanais através de rocas eléctricas de pequeno porte.

Devera ser iniciada a produção de fio de algodão marrom, naturalmente colorido, que dispensa o uso de corantes.








Características de algumas fibras naturais

Fibra Origem Cor Brilho Toque
Algodão Planta algodoeira Branco, creme Pouco brilhante Suave
Lã Carneiro, cabra, angorá, caxemira, camelo, alpaca, lama, vicunha, etc. Branca; preta; amarela; acastanhada; acinzentada Opaco
Luminoso Quente
Suave
Juta Do caule da planta chamada juta Acastanhada Aspecto baço Áspero e rugoso
Sisal Das folhas do agave sisalana Branco
Creme Lustroso Fibra dura
Linho Do caule das plantas do mesmo nome Acinzentada Aspecto sedoso Fibra crua: rugosa
Fibra branqueada: macia
Seda De filamentos contínuos retirados dos casulos do bicho-da-seda Branca
Creme
Amarelada Nobre e brilhante Antes de preparada: áspera
Depois de preparada:
Macia e lisa







Propriedades das fibras têxteis


Físico-químicas Higroscopicidade Capacidade da fibra de absorver água ou humidade.
Condutibilidade térmica É a propriedade de conduzir o calor.
Brilho É a capacidade de algumas fibras têxteis em reflectir a luz
Sensibilidade ao calor Refere-se às fibras que com o calor derretem sem arder
Mecânicas Elasticidade È a facilidade com que o fio se deforma e regressa à posição inicial.
Espessura
Finura É sinónimo de óptima qualidade do tecido, obtém-se empregando fibras finas e consistentes.
Tecnológicas Resistência É a capacidade da fibra em resistir esforços de tracção e ao uso contínuo.
Regularidade do fio Refere-se à possibilidade de se obter na produção da fibra de um fio sempre igual.








Fibras têxteis naturais

Proveniência e origens

Obtemos a lã da camada fibrosa que cobre o corpo de certos animais herbívoros.
Os pêlos crescem da epiderme do animal e são mais ou menos finos, curtos e ondulados.
Das lãs, a mais conhecida é a do carneiro, embora existam outros mamíferos cuja camada fibrosa tem igual ou maior valor têxtil; estão neste caso a cabra angora, o lama, o camelo, a alpaca, etc.
Referência, ainda para um outro tipo de lã conhecida por caxemira, produzida na cidade do mesmo nome.
As fibras destes animais diferem de uns para outros, pelo seu comprimento e finura, embora haja ainda outras características que condicionam a qualidade dos fios que delas resultam. Dentro de um mesmo velo existem zonas em que as fibras apresentam qualidades diversas.
No quadro histórico, o carneiro pertence aos mais antigos animais domésticos.









Classificando as lãs segundo formas de obtenção temos:

Lã virgem – resultante da tosquia periódica dos animais.
Lã de peles – extraída das peles dos animais abatidos com produtos depilatórios. É de qualidade inferior à lã virgem
Lã recuperada – obtém-se pela neutralização de fibras de lã que já estavam sob a forma de fios ou tecidos

Processos de transformação e fiação

a) Tosquia – extracção do pêlo do animal
b) Selecção – separação dos vários tipos de fibras do velo
c) Lavagem – retirar impurezas em água quente
d) Secagem
e) Enzimagem – tornar as fibras macias

A partir destas fases temos a fibra capaz de ser transformada em fio fiação.

1. Cardação - separação do emaranhado de fibras num conjunto ordenado.
2. Penteação - separação das fibras curtas longas de forma a obterem-se fios macios, regulares e de boa elasticidade (lãs de melhor qualidade).
3. Fiação – transformação de fibras cardadas e/ou penteadas em fios, através de estiragem e torção.
4. Torção – tornar o fio resistente e coeso. Através de dois ou mais fios torcidos poder-se-á obter novo fio mais resistente através da retorção.






Seda
Proveniência e origens

A seda resulta de filamentos contínuos retirados dos casulos fabricados pelo bicho-da-seda.
Bombyx mori é o nome atribuído à larva responsável pelo fabrico de tais casulos. Dentro do casulo, a larva transforma-se, por metamorfose, em crisálida e depois em borboleta. Esta acabará por furar o casulo, sair dele e por ovos, que vão dar origem a novas larvas, completando-se assim o ciclo.
No quadro histórico diremos que a China é a pátria da seda. Há 4000 anos que na China se cria o bicho-da-seda e se produzem artigos provenientes da seda.
Eram os produtos manufacturados que se exportavam pelo Norte da Índia, Ásia Menor, indo até Bizâncio e Roma, trajecto conhecido como rota da seda.
O Japão foi o primeiro país a aprender a técnica proveniente da China. No século VI, já se praticava na Rússia e Constantinopla. No século VIII, os Árabes alargavam estes conhecimentos pelo seu império e parte da Europa.
Em Portugal, a sericultura (cultura do bicho-da-seda) é muito antiga, tendo sido introduzida pelos Árabes.
Segundo uma lenda, foram dois monges que, de regresso à Europa, trouxeram no interior dos seus bordões alguns casulos, com os quais se iniciou, em Constantinopla, a criação do bicho-da-seda.



Processos de transformação e fiação

O desbobinar contínuo do filamento que forma o casulo vai dar origem ao fio da seda.
O casulo deve obter-se intacto, não dando oportunidade à saída da borboleta; em alguns casos deve permitir-se a fecundação, mas os casulos furados valem pouco. A seda obtida destes casulos tem o nome de “schapp”.
O filamento é constituído por sericina e fibroina. Aquele tem a vantagem de conferir resistência mecânica.
Na fase de acabamento procede-se à fervura da seda: dilui-se a sericina, deixando a descoberto a fibroina, substância brilhante que confere ao tecido o seu apreciado brilho.

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa noite. Agradecia se me pudessem esclarecer o seguinte : 1/ Relativamente à produção de seda, se o casulo tem que se manter intacto, de que forma se impede a saída da borboleta?
2/ A fibra angora que se encontra vulgarmente na composição de artigos texteis de malha, normalmente em conjunto com a lã, e que dá à peça um aspecto peludo e fofo, provem de que animal? Tenho lido que é uma espécie de lã que provem da cabra angora, mas também que é uma espécie de pelo que provem do coelho, qual das duas é verdadeira? 3/Quais são os métodos de extracção do angorá? 4/ Se provem de pelo de coelho quer dizer que o animal é abatido para se lhe extrair o pelo? 5/ Angora e mohair são a mesma fibra? Antecipadamente grata pela informação, isabel

Anónimo disse...

Isto é uma bela merda